RO - Polícia Civil paralisa por 24 horas na Capital

07-12-2011 20:41

Ontem pela manhã, servidores da Polícia Civil (PC) e representantes do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Rondônia (Sinsepol), Sindicato dos Delegados de Policia do Estado de Rondônia (Sindepro) e Sindicato dos Peritos Criminalísticos do Estado de Rondônia (Sinpec) se reuniram em frente ao Palácio do Governo para reivindicar uma posição do Estado quanto à melhoria das condições de trabalho para a categoria.
A paralisação, que durou 24h, teve como objetivo negociar com as autoridades promoções, pagamento de insalubridade atrasada e questões administrativas. De acordo com o presidente da Sinsepol, Jales Moreira, desde maio deste ano a categoria não obteve nenhuma sinalização das autoridades para atender as reivindicações. “Chega uma hora que temos que fazer alguma coisa para resolver essa situação. Não dá mais para esperar”, disse.
 Jales explicou que a paralisação está dentro da legitimidade. “Cumprimos todos os prazos legais. O governo já estava sabendo dessa manifestação, pois mandamos avisos a todas as autoridades”. O presidente disse ainda que o movimento não é de greve e sim, para chamar à atenção das autoridades.
Já o presidente da Sindepro, Carlos Alberto Ribeiro ressaltou que o governo assumiu há meses compromissos a curto, médio e longo prazo, que garantiria os direitos dos policiais civis. “No dia 10 de maio de 2011, o governou editou a lei n° 2453, que dispõe sobre as gratificações de atividades orçamentárias. Queremos apenas que eles incorporem essa vantagem nos vencimentos prometidas há meses”, argumentou.
Além de representantes dos sindicatos, outros segmentos da categoria estavam também no local como a datiloscopista Cícera Regi. Para ela, a paralisação é um meio de buscar um diálogo das inúmeras pendências acumuladas há anos. “O nosso desejo é de se chegar a um acordo com as autoridades para a gente poder trabalhar. Somos uma parte da sociedade”, frisou.
Cícera espera que a situação seja resolvida o mais rápido possível, já que a polícia militar e bombeiros também estão em greve no Estado de Rondônia. Questionado sobre como fica a questão da segurança em todo estado, o presidente da Sinsepol, comentou que o movimento já era anterior o da policia militar. “Se a categoria dos policiais não está sendo bem tratada, como podemos dá segurança para sociedade? Estamos tentando resolver logo essa situação, já que assim como a população prezamos pela segurança de nossas famílias”, afirmou.

SEM REAJUSTE, GREVE DA PM CONTINUA

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, na de segunda-feira, a paralisação do movimento grevista dos policiais e bombeiros militares iniciada no sábado, mas apesar da decisão, a comissão das esposas ainda permanece alojada na frente dos batalhões. Até ontem já tinham sido fechados 70% dos batalhões no interior.
Segundo a manifestante Luciana Garcia, a decisão não as assusta e garantiu que as mulheres continuarão na frente do quartel até obterem respostas dos 44% de reajuste salarial.
“Queremos que o governador traga uma proposta solidária que acolha a nossa causa, enquanto não houver negociação não levantaremos as campanas” enfatizou.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Marcelo Bessa, aguarda nova proposta da Comissão de Esposas para serem apresentadas ao governo do Estado. O secretário já encaminhou um documento à Procuradoria Geral do Estado solicitando a pena de multa diária de R$ 200 e que cada dia de greve seja descontado na folha de pagamento.
Para a Comissão das Esposas, se houver negociações paralelas com as associações e governo a proposta não será aceita, pois eles não estarão cumprindo com o regimento do comando de movimento reivindicatório, criado pela própria comissão das esposas.

FORÇA NACIONAL É PARA GARANTIR SEGURANÇA

Consta no regimento oito clausulas, dentre elas, uma que diz que as negociações serão realizadas somente na presença das esposas e policiais presentes nas concentrações do movimento.“Se houver alguma negociação paralela será considerado traição e falta de respeito para com a Comissão das Mulheres presentes no batalhão”, esclarece Luciana Garcia.
Para a Comissão de esposas, a proposta deve ser apresentada aos participantes da capital e do interior e assim que a maioria dos participantes aceitarem será encaminhada para Assembléia Legislativa (ALE) para ser aprovada. De acordo com informações da assessoria da Secretaria de Segurança e Defesa da Cidadania (SESDEC), foi autorizado pela presidente Dilma Rousseff a presença de 500 militares do Exército e estava previsto para a noite de ontem a chegada de 215 policiais da Força Nacional.
Segundo o secretário Marcelo Bessa nenhuma equipe será mobilizada para retirar a Comissão das Esposas da frente dos Batalhões, eles só irão agir em prol da segurança pública. Os policiais e militares serão distribuídos pela cidade de Porto Velho e também nos interiores. A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também foram acionadas. Uma equipe da (PRF) atuará entre a avenida Jorge Teixeira e rua Imigrantes e a (PF) ficará nos correios e na caixa econômica.

TRANSPORTE PÚBLICO COMPROMETIDO

Em virtude da paralisação dos policiais e bombeiros militares e também a paralisação por 24h da Polícia Civil, os lojistas e motoristas de transporte coletivo pretendiam modificar a rotina temendo a segurança. Diversas lojas da avenida Sete de Setembro anunciavam que iriam fechar mais cedo. “Enquanto houver a greve essa será a única alternativa para segurança do estabelecimento e dos vendedores da loja”, afirmou o gerente que não quis se identificar.
Como aconteceu durante a greve da PM em maio, algumas linhas de ônibus deixariam de circular a partir das 20h de ontem. A informação não foi confirmada pelo chefe de Divisão de Estudos e Planejamento de Transportes da Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran) que garantiu que os ônibus circularão normalmente e se a linha suspender o movimento do transporte será penalizada pela atitude.

Fonte:Diário da Amazonia

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