ES- Tenente explica como funciona o Programa de Reabilitação à Saúde do Toxicômano e Alcoolista da Polícia Militar
24-07-2012 01:34
O PRESTA está à disposição de quem necessita de ajuda, no HPM, em Bento Ferreira
O 1º tenente Rubens José Loureiro, lotado na Diretoria de Saúde da Polícia Militar do Espírito Santo, é mestre em Enfermagem e especialista em dependência química. Ele explica como funciona o Programa de Reabilitação à Saúde do Toxicômano e Alcoolista (PRESTA), que funciona no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo, localizado no bairro Bento Ferreira, em Vitória. Abaixo, o teor da explicaçãop tenente Rubens:
“O PRESTA foi iniciado em agosto de 1995, é integrado por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da área da Saúde (enfermeiro, técnico de enfermagem, assistente social, psicóloga e médico) e de áreas afins, como educação física e arteterapia, contando ainda com a contribuição de conselheiros em dependência química. Possui 18 leitos e visa prestar assistência aos servidores civis e militares da Política Militar, extensiva aos respectivos dependentes e a comunidade em geral.
O PRESTA tem como metas: promoção, prevenção, tratamento e reabilitação de pessoas com problemas de dependência química, a serem alcançadas por meio da mudança de comportamentos e atitudes que possam propiciar condições de risco à abstinência do cliente.
Do Programa, participam grupos de ajuda mútua, a exemplo dos Alcoólicos Anônimos (AA), dos Narcóticos Anônimos (NA) e dos Alcoólicos Anônimos para Parentes e Amigos de Alcoolistas (ALANON), objetivando dar apoio aos clientes externos e àqueles em regime de internação.
Para tanto, os profissionais de saúde que acompanham o cliente em tratamento ambulatorial e internação procuram, por meio de atendimento em grupo e/ou individual, identificar situações de risco e discutir medidas para a prevenção de recaídas.
O ingresso e a participação dos clientes no Programa ocorrem em três etapas: triagem (o cliente estabelece contato telefônico ou procura o serviço para marcar uma consulta, quando recebe orientações acerca dos problemas relacionados com a dependência química e a forma de tratamento), internação (durante 35 dias) e pós-tratamento, que é a fase de cumprimento de atividades ambulatoriais.
Para acompanhar o desempenho dos clientes, a equipe multiprofissional reúne-se em sessões clínicas, em horário e dia previamente determinados; faz o levantamento dos clientes internados durante a semana, realiza estudo de caso de todos os que estão em tratamento, avalia as altas hospitalares da semana anterior, prepara a programação de altas da semana em curso e programa a continuidade do tratamento ambulatorial.
A alta é comunicada pela equipe multiprofissional durante uma reunião específica da qual participam o cliente e a sua família, sendo que estes últimos fazem uma avaliação da internação e das metas traçadas.
Na ocasião, são abordados aspectos relacionados ao pós-tratamento, com destaque para a importância e a necessidade da freqüência semanal ao ambulatório, o retorno às bases religiosas (se for o caso), a necessidade de evitar local e pessoas que, de alguma forma, tenham acesso a substâncias químicas, a importância de ocupar-se com alguma atividade a fim de evitar o ócio, a retomada das atividades laborais com a brevidade possível e a participação nos grupos de ajuda mútua existentes nas proximidades da área residencial.
Em seguida, o cliente recebe uma declaração referente ao período de internação, contendo informações detalhadas do pós-tratamento, cuja duração prevista é de dois anos. Este documento deverá ser entregue à respectiva chefia imediata a fim de alertá-la quanto à necessidade de liberar o profissional semanalmente, para que ele possa participar com regularidade das atividades ambulatoriais.
O pós-tratamento prevê o seguinte cronograma de comparecimento: semanalmente, nos primeiros três meses; quinzenalmente, durante três meses; em continuidade, durante seis meses, uma vez por mês; finalmente, durante 12 meses, o comparecimento deverá ser bimestral. Somente após cumprir estas etapas, na íntegra, o cliente recebe alta do PRESTA.
Durante o ano de 2011 realizamos em torno de 4.000 atendimentos, entre eles o grupo de acolhimento e triagem, grupo de família, palestras nos batalhões, internação, curso de capacitação, grupo de pós internação.
Temos no momento trabalhado para efetivar o projeto de otimização e ampliação do programa e a criação de um centro de desintoxicação. Para efetivação deste projeto precisaremos de um lugar maior para a realização do PRESTA.
Para a criação do centro de desintoxicação precisaremos melhorar o espaço físico onde hoje funciona o PRESTA.
O projeto além de aumentar em torno de 40 % os nossos atendimentos irão contribuir com a criação de novos leitos para desintoxicação no Estado.
Uma dificuldade enfrentada hoje é com pessoal, haja vista que não temos como contratar pessoal. Algumas pessoas que compõem nosso quadro são de militares e civis e alguns até mesmo voluntários. Abordando este aspecto informo que hoje a ASPBMES tem nos ajudado com a contratação de dois profissionais que são de suma importância na realização de nossas ações.
Para ser atendido no Presta a pessoa liga na segunda-feira, às 8 horas, e marca consulta por telefone 3636-6581.”
Fonte: acspmbmes.com.br
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