Desde que familiares de militares deram início ao bloqueio de viaturas no 9º BPM, em Cachoeiro de Itapemirim, em sinal de protesto contra a eterna enrolação do governo do ES em nos atender com o realinhamento salarial encaminhado pelas associações, acendeu-se uma nova chama em todos os quartéis do estado do Espírito Santo. Uma nova esperança.
Nada melhor do que nossos familiares para comprar a nossa briga. A matemática é simples: se o militar estadual não pode se manifestar e não pode fazer greve, que os nossos familiares façam barreiras humanas impedindo a saída de viaturas dos quartéis até que o governo atenda o que foi prometido.
Por isso que a reunião do dia de hoje (25 de outubro) é muito importante. Na medida em que familiares de militares de todo o estado irão se reunir e decidir o melhor momento de bloquear a saída de viaturas em todo o estado. Nada mais do que justo, já que o governo declarou depois do protesto, por meio de nota, que“realizou a reestruturação do quadro organizacional da Polícia Militar, permitindo a promoção de mais de três mil policiais.” Para esse governo sem palavras não há por que se oferecer mais nada.
Se o movimento de familiares não encampar essa batalha, ficaremos a ver navios mais uma vez e teremos somente esse “reajuste” de 4%, inferior à inflação. Não esperem nada desse governo traidor, que um dia vestiu a camisa da PEC 300 e, de microfone em punho disse que não haveria necessidade de o Governo Federal bancar o piso, pois se eleito fosse, tudo ficaria por conta do seu governo. Ledo engano.
Nessa manhã, um comandante de batalhão se dirigiu aos seus comandados e disse a eles para não entrar nessa luta, pois seria considerado um “motim”. Que devaneio! O interesse não é somente de meia dúzia de policiais, mas de todos, do soldado ao coronel. Da ativa, reserva e pensionistas. Não adianta jogar contra a família do policial e bombeiro militar retirando viaturas para as companhias. É remar contra a maré. É tentar apagar o fogo jogando álcool.
Não podemos nos esquecer que ações como essas, testemunhadas nesta manhã só fizeram fortalecer o movimento realizado em 2009 pelos militares do estado de Sergipe. Desse furação de olho de alguns que usam a farda, mas se acham diferentes dos demais é que o “Movimento Tolerância Zero” ganhou força e o governo teve que reconhecer as reivindicações justas dos bombeiros e policiais militares sergipanos. Hoje, Sergipe registra o 2o. melhor salário do Brasil.
E aqui não pode ser diferente. Se tiver alguém que veste a mesma farda e quer criar obstáculos para que nossos familiares deixem de reivindicar por nós nas entradas dos quartéis, quero lembrar aos que estarão nas viaturas que existem muitas formas legais de contribuir com o movimento, por quanto tempo se fizer necessário, simplesmente trabalhando: a Operação Tolerância Zero comprovou isso. Não há por que citar nesse espaço qualquer exemplo. É o nosso dia-a-dia. Além disso, vale lembrar que o código de Trânsito Brasileiro (CTB) exige que os condutores de veículos de emergência possuam curso específico.
Hitler disseminou o ódio aos judeus através das campanhas sujas de Joseph Goebbels. O governador Casagrande se utiliza de mesmo artifício ardil usando o secretário de segurança, que vai ao Facebook propagandear uma felicidade que está longe de acontecer dentro dos quartéis. Não caiam nessa parolagem do secretário. Queremos o nosso realinhamento salarial já!
Do nosso empenho virá essa vitória muito importante para nós: o reconhecimento da nossa dignidade salarial. Estamos juntos até a vitória final! JSF
Fonte: capitaoassumcao.com