ES- Dono de bar é morto ao fugir de ladrões
17-06-2012 04:27Comerciante foi cercado por dupla, que queria seu carro
Um mês após completar 10 anos de casado e cinco meses após perder uma filha com problemas de saúde, o dono do Maranga’s Bar, Milton Marangoni de Freitas Júnior, mais conhecido como Juninho, 39 anos, foi morto com um tiro nas costas, ao tentar escapar de três ladrões, na manhã de ontem, no bairro Jardim Asteca, em Vila Velha. Dois suspeitos foram detidos à tarde, em outros bairros de Vila Velha.
Juninho havia saído de casa por volta das 8 horas e seguia pela Rua Carmélia, em Vila Nova, com o Voyage, placas ODE 4709, quando foi abordado pelos ladrões. Ele seguia para um atacado na Avenida Carlos Lindenberg, onde iria fazer compras para o bar que tinha em sociedade com o irmão.
Porém, ao atingir o cruzamento com a Avenida Vitória Régia, e parar o carro para observar o fluxo de trânsito, o comerciante foi cercado por dois rapazes, um deles estava armado, e um terceiro criminosos dava cobertura. A intenção dos suspeitos era roubar o Voyage da vítima.
Quando o assalto foi anunciado, o comerciante tentou impedir o roubo, arrancando com o carro. Mas o criminoso armado abriu fogo contra o comerciante. Os tiros destruíram o vidro da janela da porta traseira. Um deles acertou as costas de Juninho.
Mesmo baleado, o comerciante ainda conseguiu dirigir por cerca de 50 metros. Mas subiu com o carro numa calçada e bateu numa árvore, antes de morrer. Os bandidos, depois disso, roubaram outro carro para fugir do local.
O corpo da vítima está sendo velado desde as 19 horas de ontem, na capela da Igreja Católica Nossa Senhora das Alegrias do bairro Vila Nova, em Vila Velha. O sepultamento está marcado para acontecer hoje, às 11 horas, no Cemitério Parque da Paz, na Ponta da Fruta, no mesmo município.
Há 5 meses, filha morreu de câncer
A vida da família do dono de bar Juninho Marangoni está marcada, nos últimos meses, por acontecimentos tristes. Há cinco meses, uma filha dele, de um ano e meio de idade, morreu de câncer. "Eles passaram por uma luta muito grande, um forte desgaste emocional por conta disso", disse Margarida Gagno, cunhada de Milton.
Na noite de quinta-feira, a mulher de Juninho viajou numa excursão para Aparecida, em São Paulo, para cumprir uma promessa. Os familiares não comentaram qual o motivo da promessa.
Segundo eles, o comerciante vivia com medo de ser assaltado e de perder a vida no comércio que mantinha, no bairro Vila Nova. Ele e a mulher comemoraram, há um mês, 10 anos de casados. Juninho Marangoni completaria 40 anos de idade no dia 27 em julho.
Cunhada desabafa: “A Segurança Pública é uma grande balela”
A sargento da Polícia Militar Margarida Gagno, cunhada de Milton Marangoni Júnior, desabafou sobre o crime ocorrido ontem e a situação da Segurança Pública no Estado. “É tudo uma grande balela. Não há Estado Presente coisa nenhuma”:
Como era o Milton?
Margarida – Era uma pessoa alegre, de alto astral, trabalhadora. Era um cidadão de bem, pai de família.
Por que ele havia saído de casa?
Ele ia fazer compras para o comércio dele.
O que mais te revolta nessa história?
O fato de uma pessoa de bem morrer desse jeito. Sou policial há 21 anos. Estamos vivendo uma era de epidemia da violência.
Como assim?
Nosso Estado está entregue às traças. A Segurança Pública aqui é uma grande balela. Não há Estado Presente. Quem não quer ser morto num assalto, tem que ficar dentro de casa.
Não tem receio de ser punida por falar assim?
Sei que posso ser punida, mas estou falando a verdade. Nenhum governo pôs a mão de verdade na questão da Segurança Pública. Quem trabalha na área sabe que o que eu digo é verdade.
Como é trabalhar na Polícia hoje em dia?
Nós estamos em guerra. Não podemos pôr a mão num bandido, agir com mais energia, que a vida da gente acaba ali.
Seu cunhado tinha passado por uma situação triste, há pouco tempo...
Sim. A filha dele, de um ano e meio, morreu de câncer, há cinco meses.
Como a família reagiu?
Foi uma luta grande deles. Eles têm uma outra menina, de 10 anos. Estavam tentando se recuperar do choque.
População fecha rua em protesto pela morte de morador
Centenas de pessoas participaram do velório do dono de bar Juninho Marangoni, ontem, na Igreja Católica Nossa Senhora das Alegrias de Vila Nova, em Vila Velha. Parentes, amigos e vizinhos queriam se despedir do comerciante, que era bastante conhecido na região, onde morava e trabalhava. Antes de o corpo chegar ao local, revoltados o crime, moradores fecharam, no início da noite, a principal rua do bairro, a Avenida A, onde está o bar de Juninho.
“Essa manifestação é um pedido de socorro. Pedimos mais segurança. Não culpamos só as autoridades, mas queremos que as pessoas tenham mais compaixão pelo próximo. Foi uma covardia o que fizeram com ele. Estamos indignados”, desabafou o assessor parlamentar Marcelo de Jesus Pereira, 44 anos, que é morador do bairro e amigo da vítima.
Fonte: gazetaonline.com.br
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