Segundo o coronel Daroz, a ideia de marcar mais esta etapa de ida para a reserva do CBMES surgiu de uma brincadeira.
A partir desta quarta-feira (09), um coronel do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo (CBMES) dá início a caminhada mais marcante de sua vida. Com 30 anos de profissão, coronel João Antônio Daroz, de 52 anos, se despede da carreira profissional caminhando de Vitória até Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Estado. Um passo após o outro, serão 150 quilômetros de trajeto até chegar em sua cidade natal.
Segundo Daroz, a ideia de marcar mais esta etapa de ida para a reserva do CBMES surgiu de uma brincadeira. “Isso começou a partir de uma brincadeira com os amigos, que diziam que eu estava me aposentando e por isso voltaria para casa à pé. A partir daí isso foi se sedimentando, alguns diziam que iriam caminhar comigo. Então resolvi transformar isso em um coroamento de uma carreira”, explica.
Seis dias
O desafio foi preparado pela equipe de Educação Física da corporação. Serão 25 quilômetros de caminhada diária, durante seis dias. O destino final será o Quartel de Cachoeiro de Itapemirim.
Coronel Daroz ingressou na carreira militar em 1983 como sargento da Polícia Militar. Em 1987 concluiu o curso de Formação de Oficiais. Como tinha a opção de escolher em qual área iria atuar, foi incorporado ao Corpo de Bombeiros em 1988.
Daroz não tem dúvidas de que fez a escolha certa. “Nunca deixaria de trabalhar nos Bombeiros. O ambiente é muito agradável e tem toda uma mística em torno do socorro e salvamento. É a vida de servir. Com certeza faria novamente”, afirma.
Tempo de serviço
Desde 2007, os militares da Polícia e Corpo de Bombeiros são transferidos para a reserva com 35 anos de serviços prestados. Os militares que ainda estavam regidos pela legislação antiga, que era de 30 anos de serviço, precisam cumprir um período de subsídio para ir para a reserva, como explica o tenente-coronel Amilton, da Polícia Militar.
“Há um tempo adicional de serviço que é proporcional ao tempo que faltava. Se faltava, por exemplo, dez anos para o militar ir para a reserva, a cada ano foi ampliado esse tempo adicional em dois meses, então, ampliou o tempo de serviço dele em 20 meses", salienta.
O tenente-coronel explica que a ampliação do tempo de serviço do militar, na opinião dele, foi uma evolução da legislação brasileira. “As leis são assim, as ferramentas jurídicas vão evoluindo de acordo com o clamor da sociedade. Tem a expectativa de vida, a questão previdenciária, são vários fatores, tem o entendimento da sociedade também e o clamor para os funcionários públicos permanecerem mais tempo trabalhando”, diz.
Diferença
Tenente-coronel Amilton explica que a diferença do servidor militar para o civil é que ele não se aposenta. Embora o militar na reserva passe a receber os proventos por meio dos institutos de previdência, ele permanece a disposição do Estado, podendo inclusive, ser convocado para o retorno do serviço. Atualmente, a Polícia Militar tem 400 policiais na reserva que completam o quadro da corporação.
Fonte: Rádio CBN Vitória (93,5 FM)