ES- Cabos passam mal em treinamento da Polícia Militar

02-05-2012 23:15

 


foto: Gabriel Lordêllo - GZ
Hospital da Polícia Militar
Um dos policiais ficou internado durante 15 dias no Hospital da Polícia Militar (HPM)

Dois policiais militares que participavam de um curso para promoção de cabos no Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA) da Polícia Militar, em Cariacica, precisaram ser hospitalizados após treinamentos. Um deles ficou internado durante 15 dias no Hospital da Polícia Militar (HPM) e terá que se afastar do trabalho por cerca de dois meses.

O primeiro caso aconteceu no dia 11 de abril enquanto os militares estavam enfileirados, antes de uma das atividades do curso, que é feito por cabos que pretendem ser promovidos a sargentos da polícia. O militar, de 51 anos idade, e há 27 na corporação, sentiu calafrios e dores na nuca e no peito.

"Quando o xerife colocou a gente em forma, logo pela manhã, comecei a sentir as dores. Avisei que ia descer até a enfermaria. Lá, viram que minha pressão estava muito alta, fui colocado numa ambulância e levado para o HPM", contou. 

No hospital, o militar passou por um cateterismo que detectou problema numa veia próxima ao coração. Ele ficou impossibilitado de retornar ao curso. Após outros exames realizados nesta quarta, um médico afirmou que o policial não tem condições de voltar ao trabalho e por isso vai ficar afastado por 50 dias.

O policial garante que a doença é resultado do estresse no trabalho e do esforço no curso. "Foi devido ao esforço lá no curso. No começo era um Deus nos acuda: a gente chegava de manhã, entrava em forma, ia para a sala de aula e, na hora do almoço tínhamos que ficar no sol quente, cantando hino. Depois que o comandante viu que não havia necessidade disso", disse.

O curso de habilitação de sargentos deste ano é mais rigoroso que os dos dois anos anteriores, quando o número de disciplinas era menor e não havia aulas de Educação Física. O comandante do CFA, tenente-coronel Márcio Celante, explicou que, na época, o CFA era utilizado para formação de soldados, e os cabos tiveram que fazer o curso em instituições de ensino privadas.

Levado em maca

O outro caso de policial hospitalizado aconteceu na manhã desta quarta-feira (02). O militar se sentiu mal durante um exercício e foi levado para o Hospital Meridional, em Cariacica, deitado sobre uma uma maca. Ele foi liberado no início da tarde.

Segundo o comandante do CFA, tenente-coronel Márcio Celante, o cabo sofreu uma variação na pressão arterial, após uma "caminhada leve" e foi prontamente socorrido.

No curso, as aulas começam às 6h40 e seguem até às 18 horas. Os policiais estudam mais de 20 disciplinas e fazem aproximadamente três horas e vinte minutos de exercícios físicos. Eles precisam ser aprovados em teste físico que exige uma corrida de 2,8 km e séries de abdominais e flexões de braço.

Mas, de acordo com o comandante do CFA, as atividades são adaptadas às faixas etárias dos policiais. "Os instrutores de Educação Física fazem programação das aulas dentro do perfil dos alunos. Temos cerca de 200, com idades variadas, e não são cobrados esforços abusivos", garantiu.

Para o tenente-coronel Celante o que levou os policiais a se sentirem mal foi um efeito psicológico provocado pela lembrança de outros tempos do curso de formação, quando, admite, os policiais eram submetidos a exercícios abusivos.

"Eles saem da rotina junto à família para ir ao CFA e acabam tendo a lembrança da primeira passagem deles pelo Centro de Formação, quando o teste era muito rigoroso, havia um tratamento muito bruto. Por isso, é comum casos de pressão alta, até verem que, hoje, o curso não é como antes", disse Celante.

Ainda segundo Celante, os dois casos foram os únicos que resultaram em hospitalização de militares que participam do curso, que deve terminar em julho.

Fonte: Vinícius Valfré | CBN Vitória (93,5 FM) Rádio CBN Vitória (93,5 FM)

Voltar