ES- Adolescente é morto em confronto com a PM em morro de Vitória

23-05-2012 22:02

Segundo o relatório dos investigadores da DHPP, o menor, de 17 anos, não teria atirado contra os PMs, que atiraram contra ele após a arma ser sacada

foto: Nestor Muller - NA
Márcia Oliveira Clemente de Souza, mãe do adolescente Rafael Cezar Clemente de Souza, 17 anos,
A mãe do adolescente morto em confronto com a PM confirmou que o jovem era envolvido com o tráfico de drogas

O suspeito de tráfico de drogas Rafael Cézar Clemente Souza, 17 anos, foi morto com dois tiros no início da madrugada desta quarta-feira (23), no Beco Povoa, no Morro do Alagoano, em Vitória. O crime aconteceu durante um suposto confronto com policiais militares, que faziam o patrulhamento na região. Um comparsa da vítima, Patrick Alves Loureiro, 18, foi preso e levado para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória.

Segundo a polícia, Rafael e Patrick estavam próximo ao Campo do Alagoano, fumando maconha, quando foram surpreendidos por uma dupla de policiais militares. Os dois rapazes saíram correndo e encontraram com outra dupla de PMs, que fazia o caminho contrário. Patrick, armado com um revólver calibre 32, pulou o muro de um quintal e se escondeu. Mas acabou preso logo depois. Já Rafael teria sacado um revólver calibre 38 e apontado a arma para os PMs.

Segundo o relatório dos investigadores da DHPP, Rafael não teria atirado contra os PMs, que atiraram contra ele após a arma ser sacada. O rapaz morreu no local. A arma dele foi encontrada com seis munições intactas.

Patrick foi levado para o DPJ de Vitória, onde prestou depoimento. Ele já tinha passagens anteriores por roubo e tráfico. Já Rafael, apesar dos 17 anos, tinha o histórico de sete apreensões em menos de um ano, todas por tráfico de drogas.

Familiares de Rafael Clemente e moradores do Morro do Alagoano ficaram revoltados após a morte do rapaz. “Ele foi executado, sem nenhuma chance de defesa”, desabafou a mãe da vítima, Márcia Oliveira Clemente de Souza.

“Fui lá no local do crime e bati palmas e dei os parabéns aos policiais. Chamei eles de assassinos por terem tirado a vida de um jovem que não faz mal a ninguém. Ele era envolvido com o tráfico sim, mas jamais faria mal a alguém. Não teve tempo nem de reagir”, disse Ivanir Silva Souza, 65 anos, avó de Rafael.

O comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Reinaldo Brezinski, disse que um inquérito será instaurado pela Polícia Civil para investigar a ação policial. "Depois de coletadas as provas e as testemunhas serem ouvidas, o inquérito deve ser encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, a quem cabe a decisão após o processo", disse.

A corregedoria da PM vai apurar a conduta dos policiais. "Nesse primeiro momento não vejo nenhuma violação ou abuso na ação policial, mas a corregedoria vai apurar os fatos", acrescentou o tenente coronel.

Fonte: gazetaonline.com.br

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