Cinegrafista da Band morre com tiro em favela do Rio

06-11-2011 21:18

Agência Estado | 06 NOV 2011 | 17:19

Quanto vale a vida de quem correr esse risco todos os dias?

06-11-2011.171945_tiros_poste.jpgO cinegrafista da TV Bandeirantes Gelson Domingos da Silva, atingido no peito por um tiro durante confronto entre traficantes e policiais na favela de Antares, na zona oeste do Rio, chegou morto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Cruz, às 7h40 deste domingo.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Gelson tinha "perfuração de bala na região do tórax". A nota diz que "foram feitas tentativas de reanimação, sem sucesso". A secretaria de saúde informa ainda que o corpo do cinegrafista foi transferido para o Instituto Médico Legal (IML).

O objetivo da operação que levou 80 policiais militares à favela de Antares, por volta das 6h deste domingo, não foi informado pela Secretaria de Segurança, que tampouco confirmou se há outros mortos e feridos em consequência do tiroteio.

"O repórter cinematográfico foi atingido no peito em pleno exercício de sua profissão", confirmou nesta manhã, o Grupo Bandeirantes, que lamentou a morte do profissional. Segundo a nota, ele "foi atingido "por um tiro de fuzil, provavelmente disparado por um traficante", durante a operação, na qual "o funcionários estava de colete à prova de balas - modelo permitido pelas Forças Armadas, sempre usado por profissionais da Band em situações como esta". Gelson Domingos tinha 46 anos.

‘Peito aberto’

A morte do cinegrafista mostra o risco que policiais enfrentam diariamente, combatendo os criminosos. Embora as polícias usem coletes, esses equipamentos de segurança não suportam um tiro de fuzil. A emissora fez questão de dizer que seu empregado usava o colete. Agora, o Brasil inteiro sabe o que é ser policial neste país.

Repúdio da ANJ

A Associação Nacional de Jornais manifesta seu pesar pela morte do cinegrafista Gelson Domingos, e estende sua solidariedade aos familiares do profissional e à Band. A ANJ espera que se apurem as circunstâncias em que ocorreu a morte e que se investigue de onde partiu o disparo. A entidade lamenta que no exercício da profissão o repórter cinematográfico tenha se vitimado. Essa é mais uma demonstração da insegurança que atinge os brasileiros , cidadãos comuns ou não, como no caso do cinegrafista. A violência afeta a liberdade de imprensa e de expressão; o profissional morreu trabalhando para informar.

 

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