BR: Manifestações ganham força e deixam governos apreensivos

08-02-2012 17:17

 

 

O medo dos governos é que a greve da Bahia, que já está no nono dia, fortaleça a mobilização em outros estados, ao ponto de a greve se alastrar pelo país. Categorias pressionam pela aprovação da PEC 300

As greves de policiais militares deixam de ser manifestação isolada nos estados e ganham cada vez mais força nacionalmente, à medida que as categorias fazem coro em defesa da PEC 300, que cria piso unificado para PMs e policiais civis no país. A greve na Bahia, que já está no nono dia, tem gerado manifestações de apoio em outros estados. Governos se mostram apreensivos com a possibilidade de as paralisações se alastrarem pelo Brasil.

 

O Governo Federal já demonstra essa preocupação. O projeto de emenda constitucional está na Câmara Federal e, na prática, representa aumento dos gastos para os Estados e também para o Governo Federal, que teria que complementar o pagamento por meio de um fundo.

 

A cobrança pela aprovação da PEC 300 já vem ganhando força em meio às manifestações. Policiais militares do Distrito Federal, Espírito Santo, entre outros já ameaçam greve. Agora, a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) está discutindo proposta de greve nacional. Nos dias 9 e 10, representantes das entidades se reúnem em Brasília para discutir o assunto.

 

No entanto, o presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS), descartou ontem a possibilidade de votação da emenda. Segundo ele, o assunto deve ser discutido diretamente pelos Estados e não no Congresso Nacional. “A PEC 300 tem um impacto brutal nas contas do país, por isso não vejo nenhuma condição política de desrespeitar a realidade dos Estados”, disse.

 

Desgaste

De acordo com o coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará, Leonardo Sá, as manifestações representam um desgaste do regime da Polícia Militar, já que a categoria não acompanhou a redemocratização do país e se mantém num regime semelhante ao do Exército, que é repressivo, baseado na hierarquia e na disciplina. “Existe a questão pontual na PEC 300, que resume reivindicações do ponto de vista salarial, mas por trás, a questão fundamental é a desmilitarização das PMs”, disse. 

 

ENTENDA A NOTÍCIA

 

Com a greve dos policiais militares na Bahia, categorias de outros estados têm manifestado apoio e reforçado a reivindicação pela aprovação da PEC 300. Polícia Civil também está ameaçando paralisação nacional.

 

Fonte: O Povo

 

Voltar